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Sala de Imprensa

02/09/2015

Seena Fazel apresenta seminário sobre doenças mentais e violência

O professor de psiquiatria forense da Universidade de Oxford, Seena Fazel, apresenta o seminário “Epidemiologia das doenças mentais e violência”, no próximo dia 10, às 8h30, no auditório B do Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Universidade Federal de Pelotas. Aberto ao público, o evento integra o ciclo de seminários do curso de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da UFPel.

Considerado um dos mais importantes epidemiologistas em saúde mental do mundo, Fazel é autor de estudos populacionais que contribuem para desconstruir o estigma do comportamento violento associado às pessoas diagnosticadas com transtornos mentais. Em um dos trabalhos mais recentes, os pesquisadores acompanharam aproximadamente 24 mil pessoas com diagnóstico de esquizofrenia em uma coorte que incluiu a população total da Suécia de 1972 a 2009. O estudo identificou as taxas e os fatores de risco para condenação por crimes violentos na coorte, como  homicídio e tentativa de homicídio, assalto, roubo, incêndio criminoso e qualquer ofensa sexual, incluindo estupro, coerção sexual, abuso sexual infantil e assédio sexual.

Ao mesmo tempo que apontam taxas de condenação por crimes violentos 7,4 vezes maiores entre pessoas diagnosticadas com esquizofrenia em comparação com a população em geral, as conclusões do estudo enfatizam que a grande maioria dos pacientes - 89,3% dos homens e 97,3% das mulheres - não apresenta comportamento violento.

A pesquisa revela, ainda, que os três principais fatores de risco para o comportamento violento são os mesmos tanto no grupo de pacientes como na população em geral– abuso de drogas e álcool, histórico de automutilação e criminalidade prévia –todos presentes antes do diagnóstico.

Além da relação entre transtornos mentais e violência, trabalhos de Fazel com colegas de Oxford chamam a atenção para o impacto das doenças mentais no contexto da saúde pública. Publicados na edição de junho de 2014 da World Psychiatry, os resultados de pesquisa liderada pelo epidemiologista mostraram pela primeira vez que as doenças mentais abreviam a expectativa de vida tanto quanto e até mais do que o tabagismo. Os pesquisadores revisaram dados de vinte estudos científicos sobre o risco de mortalidade associado a uma série de doenças mentais, reunindo informações de mais de 1,7 milhão de pessoas. Para se ter uma ideia, a análise final dos dados revelou que, enquanto o fumo compulsivo pode acarretar perda média de oito a 10 anos, a esquizofrenia pode cortar em média de 10 a 20 anos de vida; o transtorno bipolar, de nove a 20 anos; e a depressão recorrente, de sete a 11 anos. 




Fonte: Assessoria de Imprensa





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Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia - Centro de Pesquisas Epidemiológicas