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Sala de Imprensa

12/09/2016

Defesa de Tese: Tendência de prematuridade e baixo peso em quatro estudos de Pelotas e sua relação com fatores socioeconômicos e demográficos

Defesa de Tese: Tendência de prematuridade e baixo peso em quatro estudos de Pelotas e sua relação com fatores socioeconômicos e demográficos
Apresentador: Ana Daniela Sadovsky

Orientador: Mariangela F. Silveira

Banca: Iandora Timm, Fernando Wehrmeister e Iná Santos
Local: Auditório Kurt Kloetzel
Data: 11/10/2016
Hora: 9h

Famílias pobres têm maior baixo peso ao nascer e prematuridade

 

As famílias mais pobres têm maior ocorrência de baixo peso ao nascer, restrição de crescimento intrauterino e prematuridade. Esta foi a principal conclusão do estudo que fez parte da tese de Doutorado Interinstitucional em Epidemiologia pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), da aluna Ana Daniela Izoton de Sadovsky. O trabalho foi orientado pelas professoras Mariângela Silveira da UFPel e Angélica Espinosa Miranda, da UFES, utilizando dados de quatro coortes de nascimento de Pelotas, nos anos de 1982, 1993, 2004 e 2011.

Foram verificados aspectos sociodemográficos maternos, com foco especial nas desigualdades econômicas, enfoque especial à renda familiar e/ou materna. A primeira parte da pesquisa foi a realização de uma revisão sistemática (artigo 3) que descreve que a renda e escolaridade não foram determinantes para o nascimento de crianças com baixo peso, pequenas para idade gestacional e/ou prematuros, mas a etnia negra foi muito associada aos 3 desfechos, sobretudo à prematuridade.

Os resultados da elaboração dos artigos originais através de análise dos dados das quatro coortes estudadas em Pelotas apontaram que houve evidências de desigualdades econômicas nos recém-nascidos com baixo peso ao nascer e com restrição de crescimento intrauterino nos quatro estudos, com uma maior incidência de resultados neonatais inadequados nas famílias mais pobres, bem como um aumento de desigualdade econômica tanto absoluta como relativa, no nascimento prematuro nos estudos de 1982, 1993 e 2004, com a exceção do estudo de 2011.

Cabe destacar que houve uma tendência para redução na prevalência de pequenos para a idade gestacional nas famílias mais pobres associados com a redução das desigualdades nas últimas décadas, fato não observado em relação baixo peso ao nascer. Além disso, houve aumento da prevalência de prematuros de 5.8 para cerca de 14%.

Esses resultados evidenciam a importância das políticas de saúde pública de apoio e inserção social, de incentivo a melhoria de renda, de escolaridade em famílias com vulnerabilidade socioeconômica. Além disso, a plena implementação de programas específicos que contemplam a detecção precoce de restrição de crescimento intra-uterino (RCIU) e consequente intervenção (quando possível) entre as populações economicamente desfavorecidas podem ser fatores-chave para reduzir a prevalência do baixo peso de nascimento, restrição de crescimento intrauterino e prematuridade, tão relevantes para aumento de morbimortalidade neonatal e infantil em países de baixa/média renda.

 




Fonte: PPGE





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