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Sala de Imprensa

04/01/2017

Pesquisa aponta que 16% dos moradores da zona rural de Pelotas são fumantes

 Um estudo do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da UFPel revela que 16,6% dos moradores da zona rural de Pelotas são fumantes. A proporção é duas vezes maior entre os homens do que entre as mulheres – com percentuais de 21,9% no grupo masculino e 11,6% no feminino. A maioria (57,6%) tem preferência pelo consumo do cigarro de papel enrolado à mão. 

“Pesquisas já tinham demonstrado que as formas artesanais de cigarro são bastante consumidas em áreas rurais, mas não esperávamos encontrar uma proporção tão alta na zona rural de Pelotas, quase 60%. É um dado que preocupa, pois essa forma de consumo do tabaco pode ser ainda mais prejudicial à saúde. Um amplo estudo realizado na América Latina mostrou que fumantes de cigarros feitos à mão, especialmente o de papel, apresentaram maiores prevalências de doença pulmonar obstrutiva crônica”, afirma a mestranda Mariana Otero Xavier, autora de dissertação sobre o tema, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas, sob orientação da Dra. Iná da Silva dos Santos e co-orientado pela Dra. Bianca Del Ponte da Silva. 

A coleta dos dados integrou o inquérito da Pesquisa sobre a Saúde da População Rural de Pelotas, realizada pelo curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da UFPel. Entre janeiro e junho de 2016, o estudo entrevistou 1519 moradores com 18 anos de idade ou mais nos oito distritos da zona rural de Pelotas - Cascata, Cerrito Alegre, Colônia Z3, Monte Bonito, Quilombo, Rincão da Cruz, Santa Silvana e Triunfo. 

Os resultados apontam que aproximadamente uma em cada seis pessoas fuma, em média, 14 cigarros por dia, na população rural de Pelotas com 18 anos de idade ou mais. Ainda, 18% dos entrevistados são ex-fumantes, enquanto quase 70% dos que fumam já tentaram abandonar o vício pelo menos uma vez na vida. 

De acordo com as análises, o número de fumantes é maior nas faixas etárias intermediárias (entre 30 e 59 anos) e  menores frequências são observadas, tanto nos mais jovem (18 a 29 anos), quanto nos idosos (60 anos ou mais).  Em média, o consumo inicia aos 16 anos de idade. 

Os dados mostram que o nível socioeconômico tem influência sobre o consumo de cigarros. O tabagismo é duas vezes maior entre as pessoas das classes D/E em comparação com as das classes A/B. 

Outro dado não menos importante revela associação entre consumo de tabaco e álcool. O percentual de fumantes é cerca de 50% maior entre aqueles que apresentam algum transtorno relacionado ao consumo de álcool em comparação com os que não apresentam esse tipo de transtorno. 

“Nosso estudo faz o primeiro levantamento sobre o tabagismo na população rural de Pelotas, investigando a relação com fatores sociodemográficos, comportamentais e de saúde. Os resultados sugerem que políticas públicas de combate ao fumo na região devem levar em consideração as desigualdades sociais. O planejamento deve incluir estratégias de prevenção ao início precoce do vício, com atenção especial aos grupos de menor nível socioeconômico”, conclui a autora. 




Fonte: Assessoria de Imprensa





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