O médico e epidemiologista Fernando Celso Barros, do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da UFPel, irá receber o título honorífico de Professor Emérito da UFPel, por deliberação do Conselho Universitário e do Conselho Diretor da instituição. A distinção é concedida a professores da Universidade que alcançaram posição eminente no desempenho de suas atividades acadêmicas.
A cerimônia de outorga do título ocorrerá no dia 29 de abril, às 14h, no auditório 2 do Centro de Artes (Rua Álvaro Chaves, 65). Fernando Celso Barros é atualmente Coordenador do Mestrado Profissional do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Comportamento da UCPel e colaborador do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da UFPel. Após o curso de Medicina, fez Residência em Pediatria no Hospital dos Servidores do Estado no Rio de Janeiro. Cursou mestrado em Saúde Materno-Infantil no Institute of Child Health, da Universidade de Londres, Reino Unido, e doutorado na London School of Hygiene and Tropical Medicine, da mesma Universidade.
Em seu trabalho de doutorado, deu início em Pelotas à Coorte de Nascimentos de 1982, que contribuiu para projetar a ciência brasileira no cenário internacional. O estudo das Coortes de Pelotas ensejou a criação do Centro de Pesquisas da UFPEL e do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia. Seus estudos ajudaram a demonstrar o impacto do nascimento prematuro e de restrições do crescimento fetal durante a gestação sobre a mortalidade infantil, a saúde e o desenvolvimento da criança.
Além de outros projetos, entre 2007 e 2018. foi o coordenador no Brasil do Projeto Intergrowth 21st, que desenvolveu as primeiras curvas de crescimento internacionais para avaliação do crescimento do bebê durante a gestação e das medidas do recém-nascido. Sem precedentes na história na pesquisa epidemiológica, as novas curvas fornecem um parâmetro para detectar desvios precoces do crescimento e diagnosticar situações de risco nutricional à saúde de bebês ainda no útero, independentemente de origem étnica ou geográfica.
Recentemente, seus trabalhos publicados nas revistas The Lancet e British Medical Journal, em 2018, analisaram os números e as consequências da epidemia de cesárias no Brasil e no mundo. Os resultados apontaram que o excesso de cesarianas no Brasil - a taxa no país é de 55% - está diretamente associado a um aumento de nascimentos de crianças pré-termo e com 37-38 semanas. Esta situação produz importantes prejuízos à saúde durante toda a vida, aumentando a prevalência de doenças e as taxas de mortalidade. Autor de mais de 450 artigos científicos, além de dois livros de ampla circulação, atua principalmente em pesquisas nas áreas de saúde materno-infantil, mortalidade perinatal e infantil e desigualdades sociais em saúde.
Fonte: Assessoria de Imprensa