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Sala de Imprensa

31/08/2019

PPGE lidera estudo para medir resultados e qualificar o programa Criança Feliz

O Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas (PPGE/UFPel) lidera o estudo que irá avaliar o impacto do programa Criança Feliz, do governo federal, sobre o desenvolvimento infantil. Além de medir os resultados, o estudo irá avaliar a implementação em todos os níveis programa.

“A base do Criança Feliz são as visitas semanais às casas das famílias. Esse contato permite que os visitadores compartilhem conhecimentos sobre saúde, nutrição e estimulação intelectual das crianças, promovendo o desenvolvimento infantil por meio da interação com os pais. A avaliação da implementação irá nos mostrar se os passos intermediários estão acontecendo adequadamente e se existem pontos do processo que precisam de ajustes”, explica a docente do PPGE e uma das coordenadoras do estudo, Iná Santos.  

A pesquisa é fruto da parceria entre o Ministério da Cidadania e a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, com a participação técnica do PPGE. Integram a equipe da UFPel os professores Cesar Victora, Iná Santos e Tiago Munhoz, a bolsista de pós-doutorado, Raquel Barcelos, a aluna de doutorado, Caroline Bortolotto, o cientista de dados, Cauane Silva, e a secretária do estudo Mariana Haertel.  

O estudo traz um diferencial em relação à forma com que políticas públicas nacionais vêm sendo avaliadas no Brasil. A metodologia envolveu a realização de um levantamento das características das crianças e de suas famílias antes que metade do grupo em estudo começasse a receber atendimento do programa.   “Isso garante que possamos medir o impacto do programa a partir da linha de base como referência, comparando os resultados do grupo que recebeu a assistência com os do grupo que não recebeu.  A maior parte dos estudos de avaliação de políticas no Brasil é feito sem esse parâmetro inicial, o que torna difícil distinguir mais tarde o que é efeito da intervenção”, diz o epidemiologista da UFPel e um dos líderes do estudo, Cesar Victora.  

O levantamento, chamado pelos pesquisadores de “avaliação de linha de base”, envolveu 3,2 mil crianças de famílias beneficiárias do Bolsa Família, em trinta municípios de seis estados – São Paulo, Goiás, Pernambuco, Ceará, Bahia e Pará.  Após o levantamento inicial, as crianças foram distribuídas por sorteio em dois grupos – 1,6 mil estão recebendo atendimento do Criança Feliz, e 1,6 mil formam o grupo controle, sem receber a intervenção. Todas as crianças serão acompanhadas pelos próximos três anos, com avaliações anuais – a primeira em 2019, a segunda em 2020, e a última em 2021.  

“É a maior pesquisa de avaliação de impacto de um programa de primeira infância do mundo. Para se ter uma ideia, é dez vezes maior do que a mais ampla pesquisa do gênero feita até então em nível mundial”, afirma o diretor do Departamento de Avaliação do Ministério da Cidadania Ronaldo Souza da Silva.  

Após linha de base, estudo realiza treinamento de equipes para primeiras avaliações  

O estudo está em fase de preparação das equipes de trabalho para o início da primeira rodada de avaliações. Entre os dias 19 e 21 de agosto, a equipe da UFPel realizou a capacitação dos nove supervisores dos seis estados em que está acontecendo a avaliação de implementação do Criança Feliz. O grupo recebeu treinamento sobre diferentes metodologias para a avaliação e participou de uma atividade piloto de observação das visitas domiciliares.

“A pesquisa vai entrevistar gestores estaduais e municipais do Criança Feliz, aplicar testes para avaliar o conhecimento teórico dos visitadores do programa, ouvir a opinião desses visitadores e observar detalhadamente as visitas às crianças e suas famílias”, explica Iná Santos. “É para que os supervisores recebam as orientações sobre os métodos de entrevistas e observação das visitas que foram voltados esses três dias de capacitação”, complementa.

O trabalho de campo está previsto para iniciar em setembro.   Na próxima segunda-feira (29), o grupo da UFPel vai à Brasília coordenar as atividades de treinamento do grupo de sessenta entrevistadores para a pesquisa de campo da primeira avaliação do desenvolvimento infantil das crianças participantes do estudo. 

“Estamos fazendo a avaliação do impacto junto com a avaliação da implementação logo no início do programa, para que a política possa ser corrigida, com base em evidências científicas. O objetivo é unir esforços para que o programa atinja o potencial de proporcionar às crianças brasileiras mais oportunidades de escolhas conscientes para um futuro melhor”, conclui Souza da Silva.      

 




Fonte: Assessoria de Imprensa





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