Facebook

Teses e Dissertações


2007


Aluno:Maria Laura Vidal Carret

Título: Demanda do serviço de saúde de emergência: características e fatores de risco para o uso inadequado

E-mail:-

Área de concentração:-

Orientador:Anaclaudia Fassa

Banca examinadora:-

Data defesa:17/09/2007

Palavras-chave:serviços de saúde de emergência; demanda; uso inadequado;

Características da Demanda do Serviço de Saúde de Emergência no Sul do Brasil

Objetivo: Avaliar a demanda do serviço de saúde de emergência.

Método: Foi realizada análise descritiva de 1647 indivíduos adultos que consultaram no serviço público de emergência de Pelotas, Brasil.

Resultados: Pessoas com mais idade, de cor não branca, menor escolaridade, sem companheiro e tabagistas consultaram mais nesse serviço, quando comparados com a população em geral. Os indivíduos esperaram em média 15 minutos pra serem atendidos, foi solicitado exame em mais de 40% dos atendimentos e administrado medicamentos endovenosos em um terço das vezes. Idosos demoraram mais para procurar atendimento, mas foram atendidos mais rapidamente quando chegaram na emergência, e tiveram mais freqüentemente médico definido e suporte social. Tiveram também mais diagnósticos relacionados com o aparelho circulatório, enquanto os mais jovens consultaram mais por causas externas.

Conclusão: A baixa média de espera pelo atendimento sugere que este serviço presta um atendimento imediato, enquanto a grande quantidade de diagnósticos mal definidos indica que o atendimento é provisório. É preciso treinar os profissionais da emergência para reduzir a solicitação de exames e assegurar que tanto profissional quanto população esteja consciente da importância de uma atenção continuada.

Palavra Chave: demanda do serviço de saúde de emergência; epidemiologia; estudo transversal; adultos e idosos

Demand for emergency health service: factors associated with inappropriate use

Background The inappropriate use of emergency room (ER) service by patients with non-urgent health problems is a worldwide problem. Inappropriate ER use makes it difficult to guarantee access for real emergency cases, decreases readiness for care, produces negative spillover effects on the quality of emergency services, and raises overall costs.

Methods We conducted a cross-sectional study in a medium-sized city in southern Brazil. The urgency of the presenting complaint was defined according to the Hospital Urgencies Appropriateness Protocol (HUAP). Multivariable Poisson regression was carried out to examine factors associated with inappropriate ER use.

Results The study interviewed 1,647 patients over a consecutive 13-day sampling period. The prevalence of inappropriate ER use was 24.2% (95% CI 22.1-26.3). Inappropriate ER use was inversely associated with age (P=0.001), longer stay in the waiting room, longer duration of symptoms and morning shift. However, the determinants of inappropriate ER use differed according age groups (P value for interaction= 0.04). Within the younger age-group (15-49 years), inappropriate ER use was higher among females, patients who reported visiting the ER because there was no other place to go, patients reporting that the doctor at the regular place of care refused to attend to them without a prior appointment, and individuals who reported that the PHC clinic which they use is open for shorter periods during the day. Among older patients (50+ years), those with highest level of education, absence of self-reported chronic diseases and lack of social support were more likely to engage in higher inappropriate ER use. Conclusion: Efforts should be made to redirect inappropriate ER demand. Besides expanding access to, and improving the quality of primary and secondary care, it is important to mobilize social support for older patients, to enhance the relationship between different levels of care, as well as to develop campaigns to educate the public about the appropriate use of medical services.

Prevalence and associated factors with emergency service inappropriate use of: a systematic review

Realizou-se uma revisão sistemática sobre prevalência e fatores associados ao uso inadequado do serviço de emergência (SE), em adultos. Foram incluídos 31 artigos dos últimos 12 anos, após excluir os que não especificavam a operacionalização do desfecho. A maioria dos estudos apontou prevalência de uso inadequado entre 20 e 40%. Pessoas mais jovens, mulheres, maior nível socioeconômico, sem co-morbidades, menor gasto com saúde, não ser encaminhado por profissional de saúde, não ter médico regular ou local regular de cuidado e ter dificuldade de acesso à Atenção Primária à Saúde (APS) estiveram diretamente associadas ao desfecho. Os motivos que levam esta população a consultar inadequadamente ainda não estão completamente esclarecidos. Esta revisão indica que problemas no acesso à APS são determinantes importantes de uso inadequado. Assim, é necessário que a APS realize um acolhimento qualificado, com uma triagem eficiente de forma a atender rapidamente os casos que não podem esperar. Além disso, é preciso esclarecer a população sobre as situações em que devem procurar o SE e sobre as desvantagens de consultar no SE quando o caso não é realmente urgente.

Palavra Chave: 1. Serviços Médicos de Emergência; 2. Estudos de Avaliação; 3. Mau Uso de Serviços de Emergência; 4. Atenção Primária à Saúde; 5. Literatura de Revisão.


Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia - Centro de Pesquisas Epidemiológicas