RESUMOObjetivo: Medir a prevalência de sintomas de doenças sexualmente transmissíveis (DST) no último ano e seus fatores de risco em uma população adulta.Metodologia: Realizou-se estudo transversal, de base populacional, na população de 20 anos ou mais, da zona urbana da cidade de Pelotas, RS. Utilizou-se questionário auto-aplicado para obtenção de informações de comportamento sexual e de sintomatologia para DST. A análise ajustada foi realizada por regressão logística.Resultados: A prevalência de sintomas de DST foi de 13,5%. Pessoas do sexo feminino, de menor idade e cor não branca, bem como aquelas que não usaram preservativo na última relação sexual e que tiveram maior número de parceiros apresentaram maior risco para DST. Após estratificar por sexo, idade precoce de iniciação sexual e prática de sexo anal mostraram-se associadas com o desfecho apenas para os homens e, menor escolaridade mostrou-se associada com o desfecho apenas para as mulheres.Conclusão: Este estudo mostrou uma prevalência importante de sintomas de DST. Levando-se em conta que muitas DST são assintomáticas e casos sintomáticos freqüentemente não são percebidos como patológicos pelos doentes e/ou não são diagnosticados pelos serviços, considera-se que o problema é ainda maior. Os resultados contribuíram também para aprofundar a discussão sobre o fato de viver com companheiro sexual não ser fator de proteção para a presença de sintomas destas doenças e apontaram diferenças nos fatores de risco entre os sexos, sendo necessário considerar estas peculiaridades na abordagem deste assunto, tanto ao nível de investigação como de planejamento de ações e serviços para prevenção e tratamento.Palavras-chave: 1. doenças sexualmente transmissíveis; 2. epidemiologia; 3. estudos transversais; 4. adultos e idosos.ABSTRACTObjective: To evaluate the prevalence of sexually transmitted disease (STD) symptoms, and risk factors associated with them, in a Brazilian adult population.Methods: A population-based cross-sectional study was conducted among residents of the urban area of Pelotas, Brazil, including subjects of 20 years or more. A self-applied questionnaire was used to gather information about sexual behavior and STD symptoms. A multivariate analysis was undertaken using logistic regression.Results: The prevalence of STDs was 13.5%. A higher risk of STDs was found in women, those with non-white skin colour, those with more sexual partners, those who did not use condoms in their previous sexual relationship, and younger individuals. For men, non-white skin colour, early initiation of sexual activity and anal sex were positively associated with the outcome. In women, higher risks were found in those with fewer years of schooling. Living with a sexual partner did not reduce the risk of STDs.Conclusion: The present study identifies an important prevalence of STD symptoms in this population and shows differences in risk factors according to gender. Since many STDs are asymptomatic, and symptomatic cases are often either not perceived as pathologic by patients or remain undiagnosed by health services, the actual prevalence may be even greater. Our results imply that cohabitation with a sexual partner does not reduce the risk of STDs in this population.Key-words: 1.sexual practice ; 2. epidemiology; 3. cross-sectional studies; 4. adults and elderly.