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Teses e Dissertações


2012


Aluno:Grégore Iven Mielke

Título: Comportamento sedentário em adultos

E-mail:

Área de concentração:

Orientador:Pedro Curi Hallal

Banca examinadora:Helen Gonçalves e José Cazuza de Farias Júnior

Data defesa:14/12/2012

Palavras-chave:Inatividade física; Adultos; Epidemiologia

Os benefícios da atividade física para a saúde estão bem documentados na literatura2. Entretanto, a maioria dos estudos relata o efeito das atividades físicas de intensidade moderada e vigorosa sobre a saúde, sendo que estas representam apenas cerca de 3% do tempo total acordado do dia de um adulto1. Assim, torna-se necessário conhecer as implicações do comportamento no restante do dia para a saúde de uma pessoa.
Novos achados epidemiológicos sugerem que longas jornadas de tempo sentado têm efeitos deletérios para a saúde cardiovascular4, e apresentam uma relação com taxas de mortalidade, mesmo entre indivíduos que são considerados fisicamente ativos de acordo com as recomendações atuais de atividade física. Assim surge um novo campo de conhecimento denominado “fisiologia da inatividade”, o qual por meio de pesquisas laboratoriais tem demonstrado que centenas de genes e processos moleculares são comprometidos pelo excesso de tempo sentado. Tais adaptações são independentes dos mecanismos biológicos que são ativados pelo exercício físico. Dessa forma uma nova perspectiva para investigações em saúde é enfatizar os comportamentos sedentários. Torna-se evidente a diferença entre pouca atividade física e excesso de comportamento sedentário. Numa nova concepção, o comportamento sedentário não pode ser explicado como a ausência de atividade física, mas sim, diferentes atividades que envolvem o tempo sentado e atividades com um gasto energético baixo.
Embora a ciência relate que o tempo despendido em comportamentos sedentários é associado com risco à saúde, existe uma carência de estudos que avaliaram de fato o comportamento sedentário. Na maioria dos casos, aqueles indivíduos classificados como sedentários eram os que não atingem as recomendações atuais de atividade física. Em países desenvolvidos, as pesquisas sobre comportamento sedentário estão mais avançadas. Contudo, em países em desenvolvimento, em especial o Brasil, nota-se uma escassez de pesquisas sobre o tema. Assim, faz-se necessária a avaliação dos padrões de comportamentos sedentários na população para o embasamento de futuras intervenções.
Nesse contexto, em virtude: (a) das altas prevalências observadas deste comportamento; (b) do grande tempo gasto em comportamentos sedentários; (c) da influência dessas atividades no decréscimo do gasto energético total diário das pessoas; (d) dos efeitos nocivos do comportamento sedentário para a saúde; torna-se de extrema importância compreender de forma mais detalhada a epidemiologia do comportamento sedentário no âmbito populacional.


Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia - Centro de Pesquisas Epidemiológicas