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Teses e Dissertações


2013


Aluno:Renata Moraes Bielemann

Título: Atividade física em diferentes fases da vida, massa mineral óssea e perfil lipídico em adultos pertencentes à Coorte de Nascimentos de Pelotas de 1982

E-mail:renatabielemann@hotmail.com

Área de concentração:

Orientador:Denise Petrucci Gigante

Banca examinadora:Alex Antônio Florindo (USP), Ana Maria Baptista Menezes (UFPel) e Pedro Rodrigues Curi Hallal (UFPel).

Data defesa:02/05/2013

Palavras-chave:

A osteoporose é uma doença que se caracteriza por baixos valores de densidade mineral óssea, ocorrendo aumento substancial do risco de fratura. Estimativas da Organização Mundial da Saúde apontam a incidência de uma fratura osteoporótica no mundo a cada três segundos, sendo que em torno de 75 milhões de pessoas na Europa, Estados Unidos e Japão estariam acometidos pela osteoporose172. O desenvolvimento da osteoporose é gradativo e ocorre por longo período, resultante de processos que ocorrem em fases distintas da saúde óssea do ciclo vital: fase de crescimento (infância e adolescência), fase de manutenção (idade 35 adulta jovem e de meia-idade), fase de perda óssea (entre os 50 e 70 anos de idade) e fase de fragilidade (após os 70 anos de idade).
Esses processos que afetam a saúde óssea ocorrem de forma dependente de fatores que agem no metabolismo ósseo, sendo que a atividade física consiste em um dos fatores que influencia a saúde óssea em todas as fases da vida173. Essa influência está relacionada à remodelação óssea ocasionada pela estimulação mecânica decorrente da realização de certos tipos de atividades físicas1. No entanto, boa parte do conhecimento sobre a associação entre atividade física e medidas de massa mineral óssea provém de estudos realizados com atletas ou de estudos transversais, os quais incluem populações específicas ou apresentam limitações relacionadas à temporalidade.
Assim, estudos com delineamento longitudinal aparecem como necessários para avaliar essa associação, uma vez que modificações nas medidas de massa mineral óssea manifestam-se durante longos períodos. Vários ensaios clínicos randomizados (ECRs) já foram realizados, mas problemas relacionados ao tamanho amostral, curto período de intervenção, altas perdas de acompanhamento e baixa adesão ao protocolo são frequentes nos estudos de associação entre atividade física e massa óssea com esse delineamento. Com isso, embora delineamentos experimentais randomizados sejam a melhor opção para estudos sobre esse tema, torna-se relevante a realização de estudos observacionais, com delineamento longitudinal, preferencialmente coortes de nascimento, com boas taxas de resposta que poderão contribuir para o melhor entendimento dessas questões que podem ser de difícil resposta em longo prazo por ECRs.
Desconhece-se a existência de estudos que avaliaram o efeito da prática de atividade física em diferentes fases da vida e a massa mineral óssea com delineamento longitudinal em países de renda média ou baixa. Além disso, estudos realizados no Brasil com este fim foram realizados especificamente com delineamento transversal, não havendo consistência nos 36 achados. Em estudos de países de renda alta os achados sobre as associações entre atividade física na adolescência e idade adulta e massa óssea nessa fase da vida são inconsistentes, não sendo encontrado nenhum estudo que tenha avaliado especificamente a prática de atividade física na infância.
A importância desse estudo nessa população consiste no fato de que a fase de manutenção da massa óssea em que a amostra da coorte de Pelotas de 1982 se encontra será possível avaliar o total acumulado no momento do fechamento da massa óssea nos sítios analisados, considerando que aumentos na densidade ou conteúdo mineral ósseo da coluna lombar podem ocorrer até próximo dos 30 anos de idade.
Cabe ressaltar que além da influência da prática de atividade física global sobre a massa óssea, alguns estudos têm mostrado maior efeito a partir da força de reação do solo de cada atividade, do que quando se considera qualquer atividade realizada de mesmo peso na análise (Bakker, 2003; Kemper, 2002; Neville, 2002). Dados de acompanhamentos anteriores dos membros da Coorte de 1982 a respeito do tipo de atividade realizada permitem que esse estudo teste tanto a influência da prática global de atividade física como a realização de atividades com sobrecarga do peso corporal.
Ainda, este estudo poderá esclarecer dúvidas existentes na literatura sobre a influência da atividade física em cada período (infância, adolescência, idade adulta), bem como do acúmulo da prática no decorrer da vida sobre a massa mineral óssea, podendo determinar o papel de cada fase isoladamente sobre cada sítio (lombar, colo do fêmur ou corpo inteiro) avaliado, bem como se os efeitos ocorrem diferentemente entre homens e mulheres. Assim, justifica-se a realização deste estudo pela lacuna até então existente na literatura sobre o assunto a ser explorado no presente projeto de pesquisa.


Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia - Centro de Pesquisas Epidemiológicas