Facebook

Teses e Dissertações


2017


Aluno:Raquel Siqueira Barcelos

Título: Acidentes entre crianças de 0 a 4 anos de idade da Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2004

E-mail:bio.raquelbarcelos@gmail.com

Área de concentração:

Orientador:Iná da Silva dos Santos

Banca examinadora:Danilo Blank, Fernando Wehrmeister e Helen Gonçalves.

Data defesa:31/05/2017

Palavras-chave:Coorte 2004; Epidemiologia; Acidentes; Crianças.

Os acidentes representam um problema de saúde mundial e constituem a primeira causa de morte em crianças e em adultos jovens, em quase todos os países. A maioria dos acidentes na infância são não intencionais e compreendem os acidentes de trânsito, quedas, queimaduras, afogamentos e intoxicações, que acarretam desde incapacidade física temporária, até sequelas mais graves e permanentes ou mesmo a morte. A identificação dos fatores de risco, de acordo com o estágio de desenvolvimento da criança e dos hábitos comportamentais comuns ao período de idade, são importantes para a formulação de programas de prevenção dirigidos a cada faixa etária. O baixo nível socioeconômico, supervisão inadequada, estresse familiar e condições impróprias de moradia são reconhecidos fatores predisponentes a acidentes na infância. Características da personalidade infantil, como hiperatividade, agressividade, impulsividade e distração também influenciam a ocorrência de acidentes. Sendo assim, esta tese teve como objetivo avaliar a ocorrência de quedas, cortes e queimaduras até os quatro anos de idade, conforme nível econômico da família e idade e escolaridade maternas, entre as crianças da Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2004. As quedas foram os acidentes mais relatados nos períodos de 0-12, 12-24 e 24-48 meses de idade, seguidas dos cortes e queimaduras. Os meninos sofreram mais quedas e cortes do que as meninas nos dois primeiros anos de vida. No segundo ano de vida, a incidência de quedas e queimaduras praticamente triplicou e a de cortes dobrou, em comparação ao primeiro ano, em ambos os sexos. As queimaduras ocorreram com igual frequência entre meninas e meninos nos três períodos de idade analisados. A associação entre depressão materna e incidência de acidentes na infância foi também explorada. A incidência de acidentes entre 24-48 meses de idade foi maior entre crianças filhas de mães com sintomas depressivos na gestação e aos 12 e 24 meses, em comparação às crianças de mães que não apresentaram sintomas em nenhuma das três ocasiões. Na análise ajustada, a razão de taxas de incidência entre meninas filhas de mães com sintomas depressivos na gestação e Escala de Depressão de Edimburgo (EPDS) ≥ 13 aos 12 e 24 meses foi de 1,37 (1,12-1,58); e, entre os meninos, de 1,16 (1,01-1,34). Como conclusão, esta tese encontrou altas taxas de quedas, cortes e queimaduras até os quatro anos de idade, sendo estas mais elevadas entre os meninos e entre meninas filhas de mães deprimidas.

Abstract

Accidents represent a global health problem and are the leading cause of death in children and young adults in almost all countries over the world. Most childhood accidents are unintentional and include traffic accidents, falls, burns, drownings and intoxications, that may cause temporary physical incapacity or more severe and permanent sequelae, even death. The identification of risk factors, according to the stage of development of the child and behaviors according to the period of age, are important for the formulation of prevention programs directed to each age group. Low socioeconomic status, inadequate supervision, family stress and inadequate housing conditions are recognized predisposing factors to childhood accidents. Characteristics of the child's personality, such as hyperactivity, aggressiveness, impulsivity and distraction also influence the occurrence of accidents. The objective of this thesis was to evaluate the occurrence of falls, cuts and burns in children from birth up to four years of age, according to family economic level and maternal age and schooling, among participants of the 2004 Pelotas Birth Cohort. The falls were the most reported accidents in the periods of 0-12, 12-24 and 24-48 months of age, followed by cuts and burns. The boys suffered more falls and cuts than girls in the first two years of life. In the second year of life, the incidence of falls and burns practically tripled, while incidence of cuts doubled compared to the first year in both sexes. Burns occurred with the same frequency between girls and boys in the three age periods analyzed. The association between maternal depression and the incidence of childhood accidents was also assessed. The incidence of accidents between 24-48 months of age was higher among children of mothers with depressive symptoms during pregnancy, at 12 and 24 months of children's age, compared to children of mothers who had no depressive symptoms at any of the three occasions. Among daughters of mothers with depressive symptoms in pregnancy and scoring ≥ 13 in the Edinburgh Depression Scale (EPDS) at 12 and 24 months after the delivery, the adjusted incidence rates ratio (IRR) was 1.37 (1.12-1.58); among boys the IRR was 1.16 (1.01-1.34). In conclusion, this study found high rates of falls, cuts and burns during the first four years of life in children belonging to the 2004 Pelotas Birth Cohort, being higher among boys. Maternal depression is associated with higher incidence of accidents between 24 and 48 months of age, in both sexes, and the risk seems to be higher among girls.


Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia - Centro de Pesquisas Epidemiológicas