Facebook

Teses e Dissertações


2018


Aluno:Andrea Ramirez Varela

Título: Worldwide research, surveillance and policy on physical activity: the global observatory for physical activity – gopa

E-mail:aravamd@gmail.com

Área de concentração:

Orientador:Pedro Hallal

Banca examinadora:Harold W. Kohl III, Daniel Umpierre e Inácio Crochemore

Data defesa:11/12/2018

Palavras-chave:

A inatividade física é um dos quatro principais fatores de risco para doenças não transmissíveis (DCNT). No entanto, apesar de sua importância, não havia nenhum observatório dedicado exclusivamente ao monitoramento de atividade física no mundo. A coleta de dados em nível nacional, juntamente com pesquisa e monitoramento de alta qualidade aplicáveis em contextos locais, são essenciais para informar políticas e planejar intervenções no nível populacional. Em 2012, o Observatório Global de Atividade Física (1) foi lançado em resposta a esta demanda urgente de ação, tornando-se uma resposta mundial para um problema mundial. A lógica por trás da criação do Observatório Global para Atividade Física era fornecer informações que permitissem aos países iniciar ou melhorar sistemas de vigilância, formulação de políticas e desenvolvimento de programas na área de atividade física. Dado que o desenvolvimento histórico das evidências científicas na área de atividade física e pesquisa em saúde pública era desconhecido, uma revisão estruturada da literatura usando métodos formais de análise de redes de citação para identificar as peças mais influentes ao longo do tempo desde 1950 foi feita (artigo de revisão). Este foi o primeiro estudo a quantificar o desenvolvimento da pesquisa na área de atividade física e saúde, identificar ideias fundamentais citadas ao longo do tempo e determinar as lacunas de comunicação para pesquisa e prática. Simultaneamente, à medida que os países precisavam determinar e monitorar seu nível de atividade física para promover a melhoria dos mesmos em sua população, o GoPA! criou o “Country Cards” (cartões dos países), que consiste em um documento resumido com os indicadores nacionais de atividade física, incluindo pesquisa, vigilância, políticas públicas e desfechos de saúde. O primeiro conjunto desses cartões de países mostrava perfis nacionais de maneira acessível e abrangente. Uma metodologia padronizada para coleta de dados facilitou a comparação dos indicadores entre países e regiões e forneceu uma visão geral sem precedentes da atividade física e da saúde pública em todo o mundo. Os cartões dos países como ferramentas de defesa de direitos ajudam os países a avançar para uma sociedade mais ativa. A partir da metodologia padronizada de coleta de dados, os países são classificados por seu nível de atividade física que pode ser utilizado para monitorar os progressos na prevalência, vigilância, política, pesquisa e desfechos de saúde da atividade física ao longo do tempo (artigo original 1). Com o primeiro set de cartões, o GoPA! coletou, confirmou e publicou dados de 139 (64%) dos 217 países do mundo, representando uma cobertura global de 85,4% com base na população mundial em 2013. Foi lançado um almanaque com estes Country Cards (disponível em: http: / /www.globalphysicalactivityobservatory.com/). As principais descobertas do primeiro conjunto de cartões incluíram: 1) A inatividade física foi altamente prevalente em todas as regiões do mundo, em países ricos e pobres; 2) Em todo o mundo, cerca de 30% dos adultos eram fisicamente inativos; 3) Embora a maioria dos países tivesse pelo menos um levantamento sobre atividade física, menos de um quarto possuía monitoramento contínuo de saúde pública na área de atividade física; 4) 37 países tinham planos nacionais específicos para atividade física e outros 65 incluíram atenção substancial à atividade física em seus planos nacionais de prevenção de doenças não transmissíveis ou de promoção da saúde; 5) Em 2013, foram publicados trabalhos de 105 países sobre atividade física. No entanto, 51% dessas publicações eram provenientes de países de alta renda e o Brasil e a China foram os únicos países de renda baixa e média entre os 20 principais em publicações de pesquisa sobre atividade física e saúde (artigo original 1). Desde o lançamento, em 2015, os Cartões dos Países foram feitos para serem utilizados como ferramentas de advocacy, para estimular a discussão sobre a vigilância e pesquisa em atividade física e para orientar políticas. A pesquisa translacional demonstrou a importância das evidências de pesquisa para orientar as escolhas políticas ideais para a saúde da população. Esta evidência: 1) orientou o desenvolvimento de um modelo conceitual do GoPA! para a capacidade nacional de promoção da atividade física, incluindo vigilância periódica, implementação de políticas de atividade física e produtividade da pesquisa como os três pilares (Artigo original 2); e 2) destacou a necessidade de avaliar se os cartões estavam sendo usados conforme o esperado, identificar os fatores associados ao seu uso e desenvolver recomendações para apoiar a promoção da atividade física em nível nacional. Para atingir este objetivo, foi realizada uma avaliação do processo (Artigo original 2), demonstrando que a relevância e utilidade dos cartões dos países do GoPA! foi associada a fazer parte da rede do GoPA!, ter conhecimento sobre os cartões dos países do GoPA!, residir em países de baixa e média renda, e com o estágio de capacidade do país para a promoção da atividade física. Além disso, para que os cartões dos países tenham um impacto mais amplo na promoção da atividade física, o GoPA! precisará de países-alvo com capacidade limitada para promoção de atividade física. O aprimoramento adicional dos cartões e o treinamento sobre seu uso também foram identificados como ferramentas potenciais e relevantes para o avanço da capacidade nacional de promoção da atividade física e podem se mostrar como uma estratégia crítica em países com baixa ou nenhuma capacidade local (Artigo original 2). Considerando isso e dado o fato de que a produção científica local e regional e a capacidade de pesquisa na área de atividade física foram identificadas como estratégias para melhorar as políticas e programas de saúde pública para a promoção da atividade física, o grupo de trabalho do GoPA! decidiu começar a atualizar o indicador para o próximo conjunto de cartões dos países e o indicador de pesquisa foi selecionado para ser o primeiro. Além disso, uma revisão sistemática para descrever as tendências, padrões e características nacionais, regionais e globais da área de atividade física e pesquisa em saúde de 1950 a 2016 foi conduzida (Artigo original 3). Embora a área de pesquisa em atividade física e saúde tenha tido um enorme crescimento nos últimos 60 anos, com 70% dos países do mundo tendo pelo menos uma publicação na área, há uma distribuição desigual da produtividade da pesquisa por região e nível de renda mundial, particularmente nos países com maior carga devido a doenças não transmissíveis evitáveis e à inatividade física. A pesquisa mundial de atividade física entre 1950 e 2016 variou substancialmente por área geográfica e por grupo de renda, com uma diferença de mais de 20 vezes no número de publicações por 100.000 habitantes entre países de alta e baixa renda, sendo que menos de 5% da população mundial vive nos países com maior produtividade em pesquisa (Artigo original 3). Este projeto de doutorado mostrou uma distribuição desigual de indicadores de vigilância, pesquisa y pesquisa na área de atividade física. Pelo qual foi demonstrada a necessidade de monitoramento global e regular desses indicadores, particularmente em países com maiores lacunas de dados. Apesar das lacunas de dados significativas, os “Country Cards” representam uma estratégia relevante para a promoção da atividade física, pesquisa, política e vigilância especificamente em países com capacidade local limitada, falta de dados ou onde a inatividade física ainda não foi totalmente reconhecida como um problema de saúde pública. Para que os cartões de pais de GoPA! tenham um maior impacto devem ser apresentados com recomendações conforme a classificação de capacidade nacional para a promoção de atividade física. As tendências identificadas na pesquisa de atividade física e saúde oferecem informação importante para fechar as lacunas de pesquisa e guiar ações para otimizar a tradução de pesquisa em politica e vigilância a nível nacional, regional e global focada no impacto na saúde publica. Finalmente, a colaboração e os esforços para melhorar a capacidade local nos países de renda baixa são recomendados. Nos próximos anos, o GoPA! continuará a ter um papel importante relatando periodicamente o progresso em nível de cada país e o potencial para estimular a pesquisa, o desenvolvimento de capacidade local e advocacy nos níveis nacional e global.

Palavras-chave: Atividade física;vigilância;pesquisa;política;capacidade local nos países de todo o mundo;epidemiologia


Abstract: Physical inactivity is one of the four main risk factors for non-communicable diseases (NCD). However, an observatory dedicated to the assessment of physical activity worldwide did not exist. Country level data collection together with high quality locally applicable research and monitoring are essential to inform policy and planning of interventions at the population level. In 2012, the Global Observatory for Physical Activity – GoPA! was launched in response to this urgent call for action, becoming a worldwide response to a worldwide problem. The rationale behind the creation of the Global Observatory for Physical Activity was to provide information that enabled countries to initiate or improve surveillance systems, policy making and program development in the area of physical activity. Given that the historical development of scientific evidence in the physical activity and public health research field was unknown, a structured literature review using formal citation network analysis methods to identify the most influential pieces over time since 1950 was conducted (review article). This was the first study that quantified the development of the research in the field, identified fundamental ideas cited over time, and described communication gaps for research and practice. Simultaneously, as countries needed to determine and monitor their status of physical activity in order to improve physical activity levels in their population, GoPA! created a summary document with national indicators of physical activity including research, surveillance, policy and health outcomes, “the Country Cards”. The first set of Country Cards displayed national profiles in a publicly accessible, all-inclusive manner. A standardized methodology for data collection facilitated the comparison of indicators between countries and regions, and provided an unprecedented overview of physical activity and public health around the world. Country Cards as advocacy tools help countries moving towards a more physically active society. Countries were ranked by their physical activity status to monitor progress in prevalence, surveillance, policy, research and health outcomes of physical activity over time (original paper 1). With this first set of Country Cards GoPA! obtained, confirmed and published data from 139 (64%) of the world’s 217 countries, representing a global coverage of 85.4% based on the world´s population in 2013. An almanac was launched with these Country Cards (available at: http://www.globalphysicalactivityobservatory.com/). Main findings of the first set of Cards included: 1) Physical inactivity was highly prevalent in all regions of the world, in rich and poor countries; 2) Worldwide, around 30% of adults were physical inactive; 3) Although most countries had at least one survey on physical activity, less than a quarter had ongoing public health monitoring of physical activity; 4) 37 countries had specific national plans for physical activity and another 65 include substantive attention to physical activity within their national non-communicable disease prevention or health promotion plans; 5) In 2013, almost 3000 papers on physical activity from 105 countries were published. However, 51% of these publications came from high income countries and Brazil and China were the only low and middle-income countries in the top 20 for research publications on physical activity and health (original paper 1). Since the launch in 2015, Country Cards were meant to be used as advocacy tools, to stimulate discussion on physical activity surveillance and research and to guide policy. Translational research demonstrated the importance of research evidence for guiding optimal policy choices for population health. This evidence: 1) guided the development of a GoPA! conceptual model for country-level capacity for physical activity promotion, including periodic surveillance, implementation of physical activity policy, and research productivity as three main pillars (Original article 2); and 2) highlighted the need to assess if the cards were being used as intended, to identify associated factors with their use, and to develop recommendations for supporting country-level physical activity promotion. To meet this objective, a process evaluation was conducted (original paper 2), demonstrating that the relevance and usefulness of GoPA! Country Cards was associated with being part of the GoPA! network, knowing about the GoPA! Country Cards, living in low- and middle-income countries, and on the stage of country capacity for physical activity promotion. Also, that the Country Cards could have a broader impact on physical activity promotion if GoPA! targeted countries with limited capacity for physical activity promotion. Further refinement of the cards and training in their use were also identified as potential and relevant tools for advancing country capacity for physical activity promotion and may prove to be a critical strategy in countries with low or no local capacity (original paper 2). Considering the latter and given that local, regional and global scientific production and research capacity in the area of physical activity were identified as strategies for improving related public health policies and programs, the GoPA! working group decided to start updating indicators for the next set of Country Cards. The research indicator was selected to be first. Therefore, a systematic review to describe national, regional and global trends, patterns and characteristics of the physical activity and health research field from 1950 to 2016 was conducted (Original article 3). Results indicated that even though the physical activity and health research area had a tremendous growth in the last 60 years supported by the fact that 70% of the world’s countries had at least one publication in the area, there is an unequal distribution of research productivity by world region and income level, particularly in countries with the highest burden due to preventable noncommunicable diseases and to physical inactivity. Worldwide physical activity research between 1950-2016 varied substantially by geographic area and by income group, with more than a 20-fold difference in publications per 100,00 inhabitants between high and low income countries, with less than 5% of the world’s population living in the countries with the highest research productivity (Original article 3). This Ph.D. project showed that an unequal distribution of physical activity surveillance, research and policy indicators exist around the world. Therefore, there is a need of global and regular monitoring of these indicators, particularly in countries with largest data gaps. Despite significant data gaps, the Country Cards represent a relevant strategy for the promotion of physical activity, research, policy and surveillance specifically in countries with limited local capacity, lack of data or where physical inactivity as a public health problem has not been fully recognized. For Country Cards to have a greater impact, they must be disseminated with specific recommendations according to the classification of each country's capacity to promote physical activity. The identified trends and patterns in physical activity and health research provide important information for closing research gaps and guiding actions to optimize the translation of research into physical activity policy, promotion, and surveillance at the national, regional, and global levels with a focus on the public health impact of research. Finally, long-term cooperation and efforts to build capacity and expand physical activity-related surveillance, policy, and research networks in lower income countries is recommended. In the next years GoPA! will continue having an important role in compiling and periodically reporting on country level progress and the potential for stimulating research, capacity building, and advocacy at the national and global levels.


Keywords: Physical activity;surveillance;research;policy;worldwide capacity Building;epidemiology


Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia - Centro de Pesquisas Epidemiológicas