Facebook

Teses e Dissertações


2022


Aluno:Franciele Hellwig

Título: PATHWAYS TO UNIVERSAL ACCESS TO SEXUAL AND REPRODUCTIVE HEALTH CARE IN LOW- AND MIDDLE-INCOME COUNTRIES

E-mail:

Área de concentração:

Orientador:Aluisio Barros

Banca examinadora:Oona Campbell, Fernando Whermeister e Mariangela Silveira

Data defesa:19/12/2022

Palavras-chave:

O acesso universal aos serviços de saúde sexual e reprodutiva é fundamental para uma melhor qualidade de vida, estando presente em dois dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: seja no objetivo três, boa saúde e bem-estar; seja no objetivo cinco, equidade de gênero. Durante os últimos 40 anos, vários países conseguiram aumentar a cobertura de serviços de planejamento familiar. No entanto diferentes níveis de progresso foram identificados. Vários países de baixa renda ainda apresentam baixos níveis de demanda por planejamento familiar satisfeita e, em diversos outros, uma grande parte dessa demanda foi satisfeita com métodos permanentes. Nosso primeiro objetivo foi estimar a proporção de esterilização feminina entre as mulheres com demanda por planejamento familiar satisfeita, bem como avaliar os padrões de desigualdades de acordo com nível de riqueza, idade e número de filhos vivos, considerando também a interseccionalidade entre idade e número de filhos. Nossos resultados indicam que em 20 dos 105 países analisados, 25% ou mais das usuárias de métodos contraceptivos modernos eram esterilizadas, especialmente na Ãndia, onde 79% da demanda por planejamento familiar foi satisfeita por esterilização feminina. Foi identificada na Ãndia, na República Dominicana, em El Salvador e no México alta proporção de esterilização feminina entre mulheres com menos de 30 anos. Esta alta proporção foi igualmente identificada entre mulheres com menos de dois filhos vivos, na Ãndia e em Tonga. No segundo artigo, nosso objetivo foi explorar diferenças na fonte de serviços de planejamento familiar de acordo com a idade da mulher e o seu estado civil. Nossos resultados indicam que a demanda por planejamento familiar satisfeita por métodos modernos ainda é menor entre adolescentes do que entre mulheres adultas, especialmente entre adolescentes não casadas. Uma menor proporção de uso de serviços públicos também foi identificada entre adolescentes. O setor público foi uma fonte ainda menos usada por adolescentes não casadas, para as quais o setor privado foi a principal fonte de serviços de planejamento familiar. Enquanto uma proporção mínima das mulheres adultas recebeu contraceptivos de amigos, familiares ou redistribuição, identificamos que tais fontes foram significativas entre as adolescentes não casadas. O nosso último objetivo foi investigar países que fizeram progressos notáveis na satisfação da demanda por planejamento familiar, explorando mudanças no mix de métodos contraceptivos usados e nos respectivos contextos sociais, por meio de medidas agregadas de pobreza e desigualdade de gênero. Nesta análise, identificamos que nos 9 seis países incluídos, o aumento na demanda por planejamento familiar satisfeita foi acompanhado de reduções tanto na pobreza quanto na desigualdade de gênero. De acordo com nível de riqueza, idade e educação da mulher, os seis países reduziram as desigualdades na cobertura, com um aumento notável entre as mulheres em situação de maior vulnerabilidade. Quanto às estratégias implementadas nesses países, identificamos que a maioria envolveu a inclusão dos serviços de planejamento familiar em serviços de atenção primária, o fornecimento de diferentes tipos de métodos contraceptivos e a promoção de treinamento dos trabalhadores de saúde. Apesar do aumento no nível de demanda por planejamento familiar satisfeita nas últimas décadas, ainda há muito a ser feito para alcançar cobertura universal de serviços de planejamento familiar de qualidade. Conjuntamente, nossos resultados indicam que alguns aspectos foram centrais para o alto nível de cobertura observado em alguns países, como a disponibilidade de uma ampla variedade de métodos e a capacitação dos provedores para atender sem qualquer forma de discriminação as diferentes necessidades de mulheres de diferentes contextos e com diferentes anseios.


Palavras-chave:planejamento familiar;cobertura universal de saúde;equidade em saúde;países de baixa e média renda;inquéritos nacionais de saúde


Abstract:

Universal access to sexual and reproductive health is fundamental to a better quality of life and it is on two of the Sustainable Development Goals, as part of goal three, focused on good health and wellbeing, and of goal five, on gender equality. In the past 40 years, most countries managed to increase family planning coverage, but more progress was observed in some of them than in others. Several low-income countries still present low levels of demand for family planning satisfied and, in several others, a high share of total modern contraceptive use is due to female permanent contraception. Our first objective was to estimate the share of female sterilization among modern contraceptive users and evaluate patterns and inequalities regarding wealth, age, number of living children, and considering the intersectionality between women’s age and number of children. Our findings indicated that in 20 of the 105 countries analyzed, at least 25% of modern contraceptive users were using female sterilization, India being the leading country with 79% of the demand for family planning satisfied by female sterilization. High reliance on female sterilization among women younger than 30 was found in India, Dominican Republic, El Salvador, and Mexico, and among women with fewer than 2 living children in India and Tonga. In paper 2, we aimed to explore differences in the source of family planning according to women’s age and marital status. Our findings indicated that demand for family planning satisfied by modern methods is still lower among adolescents than among adult women and that it is even lower among unmarried adolescents than among those who were married. Adolescents also use less the public sector than adult women, especially unmarried adolescents, among whom private facilities were the main source of family planning. Although a small proportion of adult women received their contraceptives with friends, family, or via relay, we found that it represented a significant share of the demand for family planning satisfied by modern methods among unmarried adolescents. Our last objective was to investigate countries that made remarkable progress in satisfying the demand for family planning, exploring the mix of contraceptives used and the social context of those settings, in terms of aggregated measures of poverty and gender inequality, and exploring how it evolved. Our findings indicated important reductions in both poverty and gender inequality along with an increase in the demand for family planning satisfied in the six selected countries. According to wealth, women’s education, and women’s age, all countries managed to reduce gaps, presenting a remarkably 11 increase in coverage among the most vulnerable women. In terms of the main policies implemented, it usually involved the inclusion of family planning services in primary health care, the provision of a wide range of methods, and high-quality training of the health providers. Despite the increase in the level of satisfied demand for family planning observed in recent decades, there is still much to pursue to achieve universal coverage of high-quality family planning services in low- and middle-income countries. Collectively, our findings indicate that some aspects are central to the achievement of universal access to family planning, such as the provision of a wide range of methods and high-quality training of health professionals to attend the needs of women from different backgrounds and with different wishes without any form of discrimination.


Keywords:family planning;universal health coverage;health equity;low- and middle-income countries;national health surveys


Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia - Centro de Pesquisas Epidemiológicas