Facebook

Sala de Imprensa

15/07/2014

Tese avalia a utilização da assistência médica ambulatorial no Brasil

 Defesa de tese

Título:  Acesso e Utilização da Assistência Médica Ambulatorial ao Adulto na Rede de Serviços de Saúde do Brasil

 

Apresentador: Alitéia Santiago Dilélio

Orientador: Luiz Augusto Facchini

Banca: Marcelo Capilheira, Anaclaudia Fassa e Alicia Matijasevich 

Data: 18/07/2014

Hora: 9hs

Local: Auditório Prédio B

 

O acesso e utilização da assistência médica ambulatorial ao adulto na rede de serviços de saúde do Brasil ainda é incipiente e precisa ser melhor estudado.

 

O Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas, através dos pesquisadores Alitéia Santiago Dilélio, Luiz Augusto Facchini e Elaine Tomasi, em colaboração com outros pesquisadores da mesma Universidade, realizou estudo sobre a falta de acesso e a utilização de serviços ambulatoriais de saúde em uma amostra representativa da população adulta residente em municípios brasileiros de pequeno, médio e grande porte, em que foram entrevistados aproximadamente 12.000 adultos de 100 cidades do Brasil.

Neste estudo, verificou-seque a prevalência de atendimento médico ambulatorial nos três meses anteriores à entrevista foi de 34,6%. O SUS foi responsável por mais da metade (53,6%) dos atendimentos, algum convênio de saúde foi utilizado por 34,0% da amostra e os serviços privados por 12,4%, independente da região, do porte populacional e da morbidade referida. Os padrões de utilização de serviços de saúde continuam socialmente determinados, resultando da oferta, das características sociodemográficas e do perfil de saúde dos usuários.

A falta de acesso aos serviços e aos atendimentos com profissionais de saúde foi de 3,0% para internação hospitalar, 1,1% para atendimento médico, Para o atendimento com outro profissional de saúde a falta de acesso foi de 2,0%, para atendimento em pronto-socorro foi de 2,1% e para atendimento domiciliar foi de 2,9%. Ao projetar estas proporções para o conjunto dos adultos residentes em áreas urbanas no Brasil, o maior número absoluto de falta de acesso foi para atendimentos de urgência, atingindo mais de 360.000 adultos. Os principais motivos de falta de acesso foram problemas da estrutura e organização, como falta de leito, de profissionais, de ficha/vaga do tipo de atendimento necessário e cobrança pelo atendimento. 

Ao estimar a fata de acesso aos serviços de saúde, observou-se que o direito universal a saúde no Brasil ainda não foi alcançado. As projeções podem apoiar a gestão no dimensionamento de esforços dirigidos ao seu enfrentamento, como por exemplo, a ampliação da estrutura física dos serviços e da força de trabalho.

A qualidade da assistência na área da saúde vem sendo discutida desde a década de 1930, enquanto que a avaliação dos serviços de saúde com ênfase na qualidade da assistência conquistou espaço no Brasil apenas no final da década de 1990. O crescente interesse em estudar a qualidade dos serviços de saúde esbarra em dificuldades relativas à falta de consensos sobre definições, modelos conceituais, dimensões, indicadores e padronização de instrumentos, dificultando na comparabilidade dos resultados. Alternativamente, diversos autores propõem a avaliação de desempenho de sistemas e serviços de saúde para caracterizar sua qualidade.

Apesar da diversidade de indicadores para avaliar a qualidade na assistência nos serviços de saúde, mesmo agrupados em diversas dimensões, parece que pouco se tem avançado na sua utilização para a melhoria das condições de saúde e da modificação de políticas e programas. São necessários mais estudos que identifiquem as principais lacunas e proponham mecanismos de avaliação de qualidade da atenção à saúde.








Voltar

Veja Também


Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia - Centro de Pesquisas Epidemiológicas