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Sala de Imprensa

17/07/2023

Defesa de tese

Título: Preditores precoces de múltiplos fatores de risco metabólico em adultos

Banca: Prof. Dr. Fernando Wehrmester, Profª Drª.Helen Gonçalver e Prof. Dr. Wolney Conde (FSP - USP)

Orientador: Prof. Dr. Bernardo Horta

 As doenças cardiovasculares são uma das principais causas de morte em todo mundo e geralmente as manifestações clínicas têm início a partir da meia-idade. Compreender melhor os mecanismos pelos queis isso ocorre é fundamental o desenvolvimento de ações preventivas. Um estudo realizado com dados das coortes de nascimentos de Pelotas buscou identificar como os fatores socioeconômicos e nutricionais na infância afetam vários marcadores de risco metabólico em adultos. 

Em relação aos fatores nutricionais, os resultados do estudo evidenciaram que o ganho de peso rápido após os dois anos de idade está relacionado a níveis mais elevados de pressão arterial, triglicerídeos, proteína C reativa, velocidade da onda de pulso e espessura íntima da média carótida. Todos esses marcadores são associados a um maior risco de doenças cardiovasculares. Além disso, o estado nutricional na idade adulta atua como mediador da relação do ganho de peso na infância e os marcadores avaliados, indicando que o controle da obesidade, mesmo na idade adulta, pode reduzir o risco.

Em relação à situação socioeconômica na infância, nas coortes de 1982 e 1993, em Pelotas, os participantes provenientes de famílias de maior renda e que se mantiveram na faixa de maior renda na idade adulta apresentaram os maiores níveis de triglicerídeos e colesterol não HDL, um perfil adverso. Além disso, os participantes com maior renda na idade adulta apresentaram níveis mais elevados de pressão arterial. Esses achados diferem dos resultados encontrados anteriormente em países de alta renda, o que pode ser explicado pelos diferentes estágios da transição epidemiológica e nutricional. Durante esse processo, o estilo de vida moderno inicialmente impacta os indivíduos mais ricos, com o consumo de alimentos ultraprocessados e o sedentarismo, e à medida que avança, os fatores de risco comportamentais passam a afetar as classes mais baixas. O estudo também avaliou a influência da escolaridade e constatou que indivíduos com maior nível educacional apresentam um perfil mais favorável em relação à glicemia e à pressão arterial, o que pode ser atribuído à capacidade de fazer escolhas melhores e adotar hábitos de vida mais saudáveis.

O estudo foi conduzido pela doutoranda  Vânia Pereira Oliveira, sob orientação do professor Dr. Bernardo L. Horta, do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia, da Universidade Federal de Pelotas. A publicação completa do estudo pode ser encontrada na página do Programa (http://www.epidemio-ufpel.org.br/).

 


Auditório Prédio A e zoom - DATA:17/07/2023 - HORA:14:00hs

Apresentador: Vânia Pereira Oliveira





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