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Sala de Imprensa

02/10/2023

Pesquisadora da UFPel recebe prêmio internacional para capacitação em Genética Psiquiátrica


 

A professora Luciana Tovo-Rodrigues, do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da UFPel, recebeu premiação internacional para participar de uma capacitação em genômica psiquiátrica, como parte das atividades do Congresso Mundial de Genética Psiquiátrica, organizado pela International Society of Psychiatric Genetics (ISPG). O programa, que acontece em Montreal (Canadá), nos dias 8 e 9 de outubro, busca ampliar os horizontes dos estudos genéticos ao investir na formação de pesquisadores em países latino-americanos e de média renda. Em seguida à formação, a professora também apresentará trabalhos de pesquisa mais recentes no congresso, que ocorre de 10 a 14 de outubro de 2023 na mesma cidade.

O prêmio, que cobre todas as despesas relacionadas às atividades, reconhece a trajetória científica da geneticista e professora da UFPel em explorar a relação entre genética e saúde mental no contexto da diversidade genética brasileira.

O curso visa capacitar pesquisadores em técnicas avançadas de análise genômica, GWAS, escores de risco poligênico e abordagens pós-GWAS, com ferramentas metodológicas para estudar a genética de populações miscigenadas.

Em seus trabalhos mais recentes, Tovo-Rodrigues tem utilizado diferentes abordagens para investigar a associação entre fatores genéticos e ambientais a uma maior suscetibilidade de ser vítima de maus-tratos, entre os participantes do estudo de Coorte de Nascimentos de 2004 em Pelotas (RS), incluindo replicar os resultados de amplo estudo de genômica com populações europeias (GWAS).

“Um dos principais desafios da replicação de estudos genômicos em populações brasileiras no campo da genética psiquiátrica se relaciona à diversidade genética da nossa população, composta por diferentes origens ancestrais. A mistura étnica histórica brasileira deixou registro em nosso DNA, muitas vezes imperceptíveis na aparência física, mas que tem um grande impacto para os estudos genéticos. Essa realidade atesta a necessidade de uma maior compreensão das amostras genéticas não-eurocêntricas e do estudo mais concentrado de populações miscigenadas como a nossa. Assim, conseguiremos entender os fatores genéticos associados a doenças importantes especificamente para a nossa população.”

Durante a capacitação, a pesquisadora irá aperfeiçoar as habilidades metodológicas para lidar com dados genéticos de pesquisa em populações não-eurocêntricas, identificando, por exemplo, se a falta de correspondência com o GWAS para maus-tratos na amostra brasileira é uma questão de miscigenação populacional. É uma oportunidade de refinar abordagens estatísticas para tratar dados, analisar e extrair associações em casos de miscigenação nas populações.

No congresso, a docente da UFPel irá apresentar suas pesquisas sobre a interação entre a genética do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e exposição a maus-tratos ao longo da vida. Seu trabalho ajuda a entender como fatores genéticos e ambientais em conjunto podem influenciar o risco de vitimização por maus-tratos e a prevalência de TDAH. 

Ao receber o prêmio, a pesquisadora também se capacita a transmitir as ferramentas metodológicas para grupos locais. O intercâmbio contribui para o fortalecimento da pesquisa brasileira em genética psiquiátrica e para o maior entendimento da análise estatística de diferentes composições genéticas presentes na população global.

 

 

 




Fonte: Assessoria de Imprensa





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