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Teses e Dissertações


2023


Aluno:Camila Correa Colvara

Título: Uso de progesterona na prevenção da prematuridade em gestantes da Coorte de Nascimentos de Pelotas, 2015

E-mail:

Área de concentração:

Orientador:Andréa Dâmaso

Banca examinadora:Bruno Nunes e Celene Longo.

Data defesa:02/03/2023

Palavras-chave:

Introdução: O nascimento prematuro é um grande problema de saúde pública em termos de mortalidade neonatal, morbidade de longo prazo e economia da saúde. A progesterona é um hormônio que reduz as contrações do útero e tem papel importante na manutenção da gravidez e nos últimos anos vem sendo utilizada na prevenção do parto prematuro. Este estudo descreve as gestantes de uma coorte de nascimentos, que fizeram uso de progesterona, de acordo com as características demográficas, socioeconômicas, comportamentais e sua história obstétrica e ainda, descreve entre as gestantes com indicação do uso, as prevalências de prematuridade e de uso de progesterona, de acordo com o tipo de financiamento do pré-natal. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, incluindo dados das 4.270 mães de crianças elegíveis para a Coorte de Nascimentos de Pelotas 2015. As participantes preencheram um questionário sobre o período perinatal e pré-natal. Foram realizadas análises descritivas da amostra e do uso de progesterona em relação às variáveis independentes. Resultados: A prevalência do uso de progesterona foi de (14,4%; IC95% 13,4 – 15,5). O uso de progesterona foi mais prevalente em mulheres brancas, com mais idade, maior escolaridade e maior renda, sem depressão ou problema nervoso; em gestantes com aborto prévio, intervalo entre gestações inferior a dois anos, IMC pré-gestacional categorizado como sobrepeso, com parto cesáreo, com parto múltiplo, que tiveram parto prematuro, com ameaça de aborto e ameaça de parto prematuro. A indicação de uso de progesterona estava presente em 29,8% da amostra. Apenas 23,5%, dessas gestantes que tinham indicação de uso de progesterona, realmente utilizaram o medicamento. Entre as gestantes com indicação, a prevalência de uso de progesterona foi o dobro entre as gestantes com atendimento privado comparadas às de atendimento público (34,3% vs. 17,9%). Ainda entre essas gestantes que tinham indicação de uso, 21,9% tiveram parto prematuro, sendo que 82,4% das gestantes do setor público não utilizaram progesterona, enquanto no setor privado essa prevalência foi de 47,8%. Conclusões: Evidenciamos que a maior prevalência de uso de progesterona ocorreu em gestantes brancas, com maior renda e maior escolaridade, indicando um alto padrão socioeconômico. Também se observou maior uso naquelas gestantes que possuíam fatores de risco para prematuridade. Ainda, estimou-se que mais gestantes com histórico de risco deveriam ter usado progesterona, de acordo com suas histórias obstétricas prévias e atuais, e que houve mais parto prematuro nas gestantes com indicação de uso e que não usaram progesterona no setor público em relação ao setor privado. Compreendemos ser necessário maior atenção a essa população, e assim, qualificando o pré-natal, sobretudo em gestantes com risco de parto prematuro.

Palavras-chave:Farmacoepidemiologia;Progesterona;Prematuridade


Abstract:Background: Preterm birth is a major public health problem in terms of neonatal mortality, long-term morbidity and health economics. Progesterone is a hormone that reduces uterine contractions and plays an important role in maintaining pregnancy and, in recent years, has been used to prevent premature birth. This study describes how pregnant women from a birth cohort who used progesterone, according to demographic, socioeconomic, behavioral characteristics and their obstetric history, and also describes, among pregnant women with indication of use, such as prevalence of prematurity and use of progesterone, according to the type of prenatal financing. Methods: This is a cross-sectional study, including data from 4,270 mothers of children eligible for the 2015 Pelotas Birth Cohort. Participants completed a questionnaire about the perinatal and prenatal period. Descriptive analyzes of the sample and the use of progesterone in relation to the independent variables were performed. Results: The prevalence of progesterone use was (14.4%; 95%CI 13.4 – 15.5). The use of progesterone was more prevalent in white women, older, with higher education and higher income, without depression or nervous problems; in pregnant women with previous abortion, interval between pregnancies less than two years, pre-gestational BMI categorized as overweight, with cesarean section, with multiple births, who had premature birth, with threatened abortion and threat of premature birth. The indication of progesterone use was present in 29.8% of the sample. Only 23.5% of these pregnant women who had an indication of progesterone use actually used the drug. Among pregnant women with an indication, the prevalence of progesterone use was twice as high among pregnant women with private care than those with public care (34.3% vs. 17.9%). Even among those pregnant women who had an indication of use, 21.9% had premature delivery, and 82.4% of pregnant women in the public sector did not use progesterone, while in the private sector this prevalence was 47.8%. Conclusions: We showed that the highest prevalence of progesterone use occurred in white pregnant women, with higher income and higher education, indicating a high socioeconomic standard. Higher use was also observed in those pregnant women who had risk factors for prematurity. Furthermore, it was estimated that more pregnant women with a history of risk should have used progesterone, according to their previous and current obstetric histories, and that there were more premature births in pregnant women with an indication of use and who did not use progesterone in the public sector in relation to the private sector. We understand the need for greater attention to this population, and thus, qualifying prenatal care, especially in pregnant women at risk of premature birth.

Keywords:pharmacoepidemiology;progesterone;prematurity

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Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia - Centro de Pesquisas Epidemiológicas